Dicas para evitar Fake News e não ser manipulado pelos 1%
Peguei um curto vídeo do MBL – Movimento Brasil Livre para exemplificar o perigo que a reprodução de informação sem checagem prévia representa na sociedade atual. E acrescento 3 pontos de atenção para ajudar a identificar uma notícia falsa, seja qual for seu conteúdo.
ASSISTA AO VÍDEO AQUI: https://goo.gl/5hPcLE
1. DUVIDE DA OMISSÃO DE FONTES
Comecemos pelo posicionamento do MBL, representado por Francine no vídeo, a qual se mostra indignada pela jornalista da Agência Públicaquerer exercer seu trabalho, solicitando fontes das informações que o MBL divulgou em outro vídeo sobre regime semi-aberto do sistema prisional. A resposta foi um gritante “se virem”. Em tempos de notícias falsas, confirmar a veracidade dos fatos é um luxo para poucos, não é mesmo?
PONTO DE ATENÇÃO: Omitir fontes não é uma prática jornalística. Tal ato é um forte indicador de notícia falsa ou distorcida. Redobre a atenção na fonte. E muitos veículos usam a mesma. Portanto, mais que verificar diferentes veículos, é preciso verificar diferentes fontes.
2. CHEQUE A ORIGEM DOS DADOS E DE INFOS
Um movimento, conhecido por omitir suas fontes ou usar fontes duvidosas (quando divulgadas), que afirma não reconhecer como legítimo uma agência que se propõe a checar os fatos é, no mínimo, incoerente. O vídeo traz várias mentiras, como a data de origem da prática de fact-checking ou a posição política de George Moros, as quais colaboram para a posição defendida no vídeo.
PONTO DE ATENÇÃO: Toda informação que corrobora para o argumento em questão deve ser investigada. A princípio, não saber a data de origem de uma prática jornalística pode parecer irrelevante, mas contribui para um bolo de histórias que suportam uma grande mentira.
3. DUVIDE DE VOCÊ MESMO E DE QUEM O INFLUENCIA
Claramente, o MBL acredita em suas próprias mentiras com tal convicção que nem se deu o trabalho de apurar se estava mesma certa. É como se tudo o que eles dissessem fosse verdade e qualquer informação oposta fosse mentira. E aí mora o perigo, porque a repetição de mentiras ajuda a criar vieses cognitivos prejudiciais para o pensamento lógico das pessoas. Estamos mais predispostos a reproduzir e a buscar por informações que confirmem nossas crenças do que por informações que as neguem. Essa predisposição pode se tornar tão forte que fatos contrários acabarão fortalecendo crenças equivocadas.
PONTO DE ATENÇÃO: Repetir mentiras ou histórias distorcidas à exaustão acaba fazendo com que elas se tornem banais e, consequentemente, reais. É a mesma técnica que Trump usa em seu discurso. Depois de um tempo, o cérebro se acostuma e não questiona mais se aquilo faz sentido. Tenha sempre em mente que preferimos trabalhar com o que sabemos e com o que queremos que seja verdade.
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A próxima edição da minha newsletter Elemental será sobre Mentiras, na qual trarei dicas e percursos de conteúdo para ajudar a identificá-las, como este post. Na sexta, na sua caixa de entrada.
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Danilo Novais é jornalista e supervisor de conteúdo na Publicis Brasil